Mariane Soares
A educação matemática é uma área do conhecimento,
das ciências sociais ou humanas, que estuda o ensino e a aprendizagem da matemática,
que por sua vez, entende-a como um meio ou instrumento à formação intelectual e
social dos indivíduos, promovendo assim “educação pela matemática” uma vez que
a disciplina é colocada a serviço da educação, não se opondo à ela, as práticas
do ensino matemático, voltadas a uma proposta pedagógica , contribuem para uma
formação mais integral, humana e crítica, tanto do aluno quanto do professor.
Para que esta firmação
crítica e mais integral seja possível, faz-se necessária a pesquisa em educação matemática. Que precisa objetivar didáticas e metodologias
desenvolvidas a fim de contribuir para os avanços educacionais no ensino da
matemática. Ao desenvolver formas didáticas, a partir da pesquisa,
possibilita-se elevar os processos de ensino-aprendizagem da matemática nas
escolas.
A pesquisa é ainda necessária para que se
possa defender alguma mudança no ensino da matemática, conscientizando os
docentes da urgência de abandonar práticas educacionais pouco eficientes e
ultrapassadas, que fazem pouco sentido na sociedade atual. No cotidiano, a
pesquisa ocorre de forma mais intuitiva do que planejada, para atender
objetivos diversos, necessários para a aula em questão.
A partir da pesquisa,
faz-se possível ainda, qualificar os saberes da docência, ampliando o nível de
profissionalização do professor.
Segundo Tardif, de modo
geral, os pesquisadores têm interesse em abandonar s esfera da formação para o
magistério e em evitar investir tempo nos espaços de prática. Dessa forma, os
professores mais graduados, com mestrado e doutorado acabam não se dedicando à
prática no ensino básico e essa pesquisa acaba sendo muito mais intuitiva do
que científica.
No entanto, os saberes
profissionais provém de diversas fontes, indo muito além da pesquisa, são
variados e heterogêneos, Raramente um professor concebe sua prática pedagógica
de forma unitária, pois, em geral utiliza de várias teorias, para compilar sua
prática pedagógica de acordo com a necessidade de cada aula, turma, aluno. Em
geral, não há uma relação de coerência na forma como ocorre a busca de saberes,
por ser esta busca muito diversa, mas a utilização integrada destes saberes
torna-se coesa, a fim promover aulas mais eficientes, adequadas as
individualidades dos discentes.
Os saberes docentes, constituídos não apenas pela
teoria, mas também pela técnica em sala de aula, afetividade, interação social
e visão de mundo. O ensino pode ser considerado uma arte, onde o docente
engloba todos os seus conhecimentos a fim de produzir um resultado
significativo na vida do aluno. Tanto nas escolas, quanto nas universidades, os
verdadeiros saberes docentes necessários vão além da técnica apenas, são eles
os saberes enumerados por Freire, os mais plurais e significativos, destacando-se,
a meu ver, a pesquisa e o respeito aos saberes dos educandos, o saberes dos
professores não podem ignorar a experiência de vida dos alunos, ao contrário,
devem somar-se a estes conhecimentos prévios, gerando uma pluralidade
significativa em sala de aula.
O saber docente em relação ao ensino de matemática,
pode mobilizar a forma como a disciplina
é ensinada, para que ocorra de forma mais atual.
Infelizmente, a matemática ainda é ensinada de
forma abstrata e descontextualizada, difícil de aprender. A continuidade da
formação, aliada a pesquisa, instiga a modernização da prática pedagógica,
possibilitando uma mudança efetiva no ensino da matemática. É preciso, porém,
colocar em prática os saberes docentes adquiridos na pesquisa, para que esta
mudança ocorra agora. Precisamos parar de pesquisar para o futuro da prática
docente, faz-se necessário pesquisar para melhorar o trabalho docente hoje.
Afinal, a matemática surge da necessidade diária do ser humano. Usemos isso!
Ensinemos a matemática a partir da vida e para a vida, certamente a compreensão
e interesse dos alunos será beneficiada.